Teatro da Dança custará R$ 600 mi, dobro do previsto

Teatro da Dança custará R$ 600 mi, dobro do previsto
GUSTAVO FIORATTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O centro cultural do Estado conhecido como Teatro da Dança, a ser construído na região da Luz, não vai mais custar R$ 311,8 milhões, como estimava a Secretaria do Estado da Cultura quando divulgou o projeto em 2008.
A nova projeção orçamentária -que ainda pode ser modificada- é de R$ 600 milhões, quase o dobro do inicial.
O complexo foi projetado pelo escritório suíço Herzog & de Meuron e deve ficar pronto em 2014. Ali serão reunidos três teatros com capacidades que variam de 1.750 pessoas a 450 espectadores.
A primeira estimativa, segundo a secretaria, foi feita por um escritório de consultoria nas áreas de engenharia e restauro antes da concepção do projeto básico.
«O valor foi descartado após uma alteração substancial no programa do complexo, com a inclusão de uma biblioteca, um museu dedicado às artes cênicas, um centro de documentação e um estacionamento para mil veículos», afirmou a assessoria do órgão por e-mail. O secretário João Sayad não quis falar sobre o assunto.
A base para o novo cálculo é o orçamento final do Auditório Ibirapuera, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, que considera o valor de R$ 6.000 por metro quadrado.
O projeto dos suíços Herzog & de Meuron vai ter 95 mil metros quadrados. O complexo prevê ainda uma sede definitiva da Escola de Música do Estado de São Paulo – Tom Jobim, uma escola de dança e salas de ensaios para as companhias residentes.

(Fuente: Folha de S. Paulo de 5 de mayo de 2010 cuaderno Ilustrada)

PRÊMIO TURNER ANUNCIA FINALISTAS

PRÊMIO TURNER ANUNCIA FINALISTAS

Organizadores do Turner, o mais conhecido prêmio britânico de artes plásticas, anunciaram ontem os quatro finalistas que concorrerão à quantia de 25 mil libras (R$ 66 mil). São eles: Susan Philipsz, Dexter Dalwood, Angela de la Cruz e a dupla de cineastas Anjalika Sagar e Kodwo Eshun. O vencedor será anunciado em 6/12. Em edições passadas, o Turner premiou artistas como Damien Hirst.

(Fuente: Folha de S. Paulo de 5 de mayo de 2010 cuaderno Ilustrada)

Para diretor, Oscar deu «luz» para a região

Para diretor, Oscar deu «luz» para a região
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Cada vez mais, Daniel Burman tem se concentrado em narrativas que enfoquem os muitos aspectos da vida adulta, da maturidade. «O mundo adolescente me cansa, me parece muito pouco atraente. Contar o nada me entedia», justifica.
Paralelamente, o cineasta argentino tem se ocupado atualmente do primeiro longa-metragem dirigido por Daniel Hendler, seu ator de todas as horas.
Burman participa como produtor associado de «Norberto Apenas Tarde», filme do protagonista de tramas como «O Abraço Partido» (2004) e «Direito de Família» (2006). A previsão de estreia na Argentina é no segundo semestre deste ano.
Sobre a cinematografia argentina atual, Burman afirma que o Oscar recebido por «O Segredo dos Seus Olhos», com direção de Juan José Campanella, eleito o melhor filme estrangeiro pela Academia de Hollywood, servirá de incentivo não só para os diretores de seu país mas também para iniciativas de toda a região.
«É como colocar um refletor. O mundo do cinema é um globo terrestre em que a luz do dia incide apenas sobre os Estados Unidos. Depois desse prêmio, é como se a luz se movimentasse um pouco em nossa direção: vamos ter um pouquinho mais de sol por algumas horas.»

(Fuente: Folha de S. Paulo de 5 de mayo de 2010 cuaderno Ilustrada)

Burman quer filmar longa no Brasil

Burman quer filmar longa no Brasil
Novo projeto do diretor argentino, que lança «Dos Hermanos» no país natal, será aventura com orçamento ambicioso

Com mais momentos cômicos, longa que acaba de estrear na Argentina volta a abordar maturidade e «mudanças inevitáveis»

DENISE MOTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM MONTEVIDÉU

A poucas horas da pré-estreia, na Argentina, de seu mais novo longa-metragem -«Dos Hermanos», que foi apresentado em 70 salas de todo o país na última segunda-feira-, o diretor Daniel Burman diz que, pela primeira vez, está se sentindo plenamente satisfeito com o resultado de um filme.
Também lhe entusiasma a ideia de partir para o próximo projeto, que deverá ser o «mais ambicioso» de toda a sua filmografia e terá, entre outras locações, o Brasil como cenário. «Será uma grande aventura», conta à Folha.
O novo trabalho, que está sendo mantido em segredo absoluto, será também, segundo ele, «algo muito importante, que terá o envolvimento de vários países» e um orçamento que deve superar os US$ 2 milhões (aproximadamente R$ 3,5 milhões) que custou «Dos Hermanos», o filme mais caro de toda a carreira de Burman até o momento.
A trama, que chegou no dia 1º de abril aos cinemas argentinos, é estrelada pelos atores Graciela Borges e Antonio Gasalla (um humorista muito popular no país vizinho) e narra a história de dois irmãos que necessitam reconstruir a relação depois que a mãe morre.
Além de se manter atento aos desafios que permeiam a vida na maturidade (como em seu filme anterior, «Ninho Vazio», de 2008, em que o diretor de 36 anos contemplava a rotina de um casal depois que os filhos saem de casa), Burman também segue fiel à predileção por protagonistas às voltas com mudanças inevitáveis.
«»Dos Hermanos» segue certo padrão comum a outras histórias que já filmei, tem esse olhar de piedade sobre os personagens e sobre o mundo que os cerca. São pessoas sempre em transição que parecem não poder se transformar em nada», afirma.
«Neste caso também, trata-se de dois irmãos que, já na meia-idade, estão mais próximos do fim do que do começo da vida», diz.
«A mudança sempre está relacionada com a possibilidade de transformação que se tem. Tenho interesse por esses personagens que podem se libertar, mesmo que minimamente», conta.
Talvez por conta de ter a participação de um reconhecido humorista como protagonista da trama -ainda que a atuação de Gasalla na tela grande esteja longe dos personagens que lhe garantem o êxito televisivo-, o filme apresenta uma cota de comicidade mais evidente.
«Existe muito humor, mas também muito drama. Em «Dos Hermanos», pode ser que os momentos cômicos estejam mais marcados.»
O resultado final é, segundo o próprio Burman, o longa que ele mais está celebrando. «Existe algo na costura deste filme de que gosto muito. Em geral, quando se chega ao final de uma obra, você já não a aguenta mais. Mas, nesta, vejo as imagens, revejo todo o trabalho com satisfação.»

(Fuente: Folha de S. Paulo de 5 de mayo de 2010 cuaderno Ilustrada)

CD de Mayra Andrade ganha edição brasileira

CD de Mayra Andrade ganha edição brasileira
DA REPORTAGEM LOCAL

Segundo trabalho de Mayra Andrade, 25, «Stória, Stória…» ganha edição nacional -um ano depois do lançamento europeu. Nascida em Cuba e levada a Cabo Verde com duas semanas de vida, a cantora vive na França desde os 17 anos. E faz música… brasileira?
«É isso que costumam dizer, em todos os lugares do mundo, quando ouvem meu trabalho», ela diz, por telefone, de Paris.
Em português e sem sotaque. «Como a única referência que se tem de Cabo Verde na área é Cesária Évora -e sendo eu tão diferente dela-, fica essa coisa repetitiva de compararem minha música com a do Brasil.»
Quase todas as canções de «Stória…» são em crioulo -língua africana de embocadura semelhante à nossa. Há uma em francês («Mon Carrousel») e apenas uma no nosso idioma («Morena, Menina Linda»). Ainda assim, a sensação de «álbum de MPB» é constante, graças ao time de músicos.
Gravado entre Havana, Paris, São Paulo, Rio e Salvador, tem produção do brasileiro Alê Siqueira (Tribalistas, Elza Soares), que Mayra conheceu em CDs dos cubanos Roberto Fonseca e Omara Portuondo. E conta, na ficha técnica, com os nossos Lincoln Olivetti, André Mehmari, Jacques Morelenbaum e Marcos Suzano.
«O trabalho de alguns artistas brasileiros tem dimensão universal, o que não é comum na música de Cabo Verde.» (MP)

(Fuente: Folha de S. Paulo de 5 de mayo de 2010 cuaderno Ilustrada)

Petrobras põe à venda postos e refinaria na Argentina

Petrobras põe à venda postos e refinaria na Argentina
DA SUCURSAL DO RIO

Após ver suas margens de lucro comprimidas pelo controle de preço dos combustíveis imposto pela Argentina, a Petrobras decidiu vender parte de seus negócios de refino e distribuição no país vizinho e focar sua atuação na extração de petróleo e gás.
Controladora da Petrobras Energía na Argentina, a estatal brasileira colocou à venda a refinaria San Lorenzo, parte da sua rede de 600 postos e ainda ativos na área de energia elétrica, todos herdados com a aquisição da Perez Companc, em 2002.
Hoje, a Petrobras mais processa derivados do que produz petróleo na Argentina. Com isso, tem de comprar o óleo bruto de outros produtores para abastecer suas duas refinarias e sua rede de postos.
Com o controle de preços, a Petrobras perdeu rentabilidade e só consegue manter o equilíbrio quando usa o petróleo próprio no refino.
Por isso, a estatal tem como objetivo reduzir suas atividades para refinar e comercializar combustíveis somente de acordo com a sua capacidade de produção de petróleo.

(Fuente: Folha de S. Paulo de 5 de mayo de 2010 cuaderno Dinheiro)

Uruguai prevê a entrada de um «forte banco brasileiro»

Uruguai prevê a entrada de um «forte banco brasileiro»
DA ENVIADA A MONTEVIDÉU

O presidente do Uruguai, José Mujica, anunciou em Montevidéu que, «em pouco tempo, um forte banco brasileiro» irá se instalar no país, para «viabilizar a relação comercial» bilateral. Segundo Mujica, a operação aguarda apenas «a aprovação do Banco Central do Uruguai».
O anúncio foi feito em declaração conjunta com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após reunião em que ambos os mandatários repassaram a agenda bilateral.
Os bancos brasileiros estão em fase de expansão. Em abril, por exemplo, o Banco do Brasil anunciou a compra do argentino Patagonia pelo valor de US$ 479,6 milhões.
No encontro de ontem, Mujica citou também o objetivo de aplicar mecanismos de troca comercial em moedas locais, para «evitar a dependência de moedas duras de fora da região».
Afagando o braço de Mujica, Lula citou o superavit comercial do Uruguai em relação ao Brasil e disse: «Não vamos reclamar. É importante o desenvolvimento sustentável do Uruguai».
Entre os pontos em destaque na agenda bilateral, está a interconexão elétrica. Após dizer que precisa fazer nos oito meses que restam de mandato o que não fez em oito anos, Lula anunciou a realização de mais duas reuniões bilaterais com o Uruguai até a sua saída.

(Fuente: Folha de S. Paulo de 5 de mayo de 2010 cuaderno Dinheiro)

Em 2º, candidato de Uribe muda sua campanha

COLÔMBIA

Em 2º, candidato de Uribe muda sua campanha
DE CARACAS

Pressionado pela escalada do oposicionista Antanas Mockus (Partido Verde) nas pesquisas, o candidato governista à Presidência da Colômbia, Juan Manuel Santos, «relançou» ontem sua campanha. A contratação de um controverso marqueteiro, porém, provocou críticas até de apoiadores.
O venezuelano Juan José Rendón, que fez campanhas no México e para a oposição na Venezuela, foi classificado pelo empresário Fabio Echeverri, ligado ao presidente Álvaro Uribe, como «artífice de campanhas sujas».
Contrariado com a chegada do venezuelano, o gerente da campanha governista, Alberto Velásquez, deixou a equipe. Mas Santos defendeu o novo contratado, dizendo que ele está sendo «satanizado».
Segundo pesquisas, Mockus ganharia de Santos no segundo turno. O primeiro é em 30 de maio

(Fuente: Folha de S. Paulo de 5 de mayo de 2010 cuaderno Mundo)

Kirchner é eleito secretário-geral da Unasul

Kirchner é eleito secretário-geral da Unasul
Após retirada de veto uruguaio, ex-presidente é escolhido por consenso; para Lula, argentino é «100% apto» para a função

Político teve seu nome envolvido em denúncias de suborno a empresários que atuaram na Venezuela durante o seu governo

SILVANA ARANTES
ENVIADA ESPECIAL A LOS CARDALES (ARGENTINA)

O ex-presidente da Argentina Néstor Kirchner (2003-2007) assumiu ontem a Secretaria-Geral da Unasul (União de Nações Sul-Americanas), principal bloco político da região, criado em 2004.
Candidato único, Kirchner foi eleito por consenso. «Vou me abster. Não vou emitir nenhuma opinião a respeito», afirmou a presidente Cristina Kirchner, mulher do postulante ao cargo e anfitriã da reunião, realizada em Los Cardales (a 61 km de Buenos Aires).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o primeiro a anunciar o voto. «Kirchner tem experiência. Conhece as dificuldades políticas e ideológicas do continente. Está 100% apto a ser um extraordinário secretário-geral da Unasul», disse.
O assessor internacional da Presidência brasileira, Marco Aurélio Garcia, citou o «prestígio» de Kirchner como uma das características que o credenciam ao cargo.
Kirchner ocupa hoje uma cadeira na Câmara de Deputados da Argentina. Ele enfrenta atualmente uma suspeita de associação ilícita no comércio bilateral com a Venezuela durante sua Presidência.
Está sob investigação da Justiça um suposto esquema de cobrança de suborno em negócios empreendidos por empresas argentinas na Venezuela, do qual o então presidente teria ciência e participaria com testas de ferro, segundo algumas versões de acusados de fraude.
Para o governo liderado por sua mulher Cristina, as acusações são «uma infâmia».
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, se referiu ontem a Kirchner como «grande amigo, profundo companheiro, solidário em todos os tempos e todas as dificuldades».
A eleição de Kirchner como secretário-geral foi possível porque o Uruguai reviu o veto com que barrou sua pretensão em 2008, numa retaliação ao conflito entre os dois países em torno da instalação de uma fábrica finlandesa de celulose às margens do rio Uruguai.
No mês passado, a Corte Internacional de Justiça de Haia considerou que o Uruguai infringiu o tratado bilateral sobre o rio ao não avisar a Argentina da intenção de instalar a fábrica, mas autorizou que ela siga funcionando.
Ao anunciar seu apoio a Kirchner, o presidente uruguaio José Mujica, sucessor de Tabaré Vázquez, autor do veto, disse: «Este passo me impõe um custo político».
Manifestantes argentinos impedem há mais de seis anos a passagem na fronteira com o Uruguai em protesto contra a fábrica que julgam poluente. Parte do espectro político e da opinião pública uruguaios discordam da atitude de apoio de Kirchner aos manifestantes.
«Decidimos acompanhar o consenso dos presidentes da América Latina porque aspiramos a progredir com o conjunto dos povos da região, mas em primeiro lugar com o povo argentino, que consideramos não como irmão mas algo mais», afirmou Mujica

(Fuente: Folha de S. Paulo de 5 de mayo de 2010 cuaderno Mundo)

DE VOLTA A HONDURAS

Toda Mídia

NELSON DE SÁ – nelsonsa@uol.com.br

DE VOLTA A HONDURAS

«O Globo» informou no sábado que Lula cancelou sua viagem a Madri, para a cúpula Europa-América Latina, diante da «insistência do governo espanhol em convidar o presidente de Honduras». Ontem no site de «O Estado de S. Paulo», a reunião da Unasul mostrou que «apenas Peru e Colômbia reconhecem governo».
Já a AP deu que Obama telefonou ao presidente de Honduras para elogiar a instalação de uma «comissão da verdade» sobre o golpe contra Manuel Zelaya -que é questionada pelos zelayistas. Ouvida, a instituição Council on Hemispheric Affairs, dos EUA, lembrou a «persistente violação de direitos humanos» para duvidar do «potencial de paz e reconciliação» em Honduras.

(Fuente: Folha de S. Paulo de 5 de mayo de 2010 cuaderno Brasil)